MAPA: uma em cada duas farmácias municipais de Sorocaba está com quase metade do estoque de medicamentos zerado

  • 16/10/2025
(Foto: Reprodução)
UBS Jardim Rodrigo, em Sorocaba (SP), está na lista onde há mais falta de medicamentos Prefeitura de Sorocaba/Divulgação Pelo menos uma de cada duas farmácias das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Sorocaba (SP) estava com quase metade do estoque de medicamentos zerado nesta quarta (15) e quinta-feira (16). Os dados foram obtidos por meio de um levantamento exclusivo do g1, que identificou mais de 230 medicamentos em falta em pelo menos uma UBS. A prefeitura nega a situação. (Leia o posicionamento completo abaixo.) O levantamento foi feito com dados disponibilizados pela Relação Municipal de Medicamentos (Remume), mantido pela própria prefeitura, onde o estoque de medicamentos adquiridos pelo município é divulgado (veja a metodologia usada no levantamento). 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Conforme os números, faltavam ao menos 40% dos remédios distribuídos pela rede pública em 18 das 32 unidades de saúde da rede municipal que possuem farmácia. Os dados apontam ainda que na Unidade Básica de Saúde da Vila Santana, 56,7% dos medicamentos estavam em falta. Essa farmácia enfrenta a situação mais crítica da cidade, onde 156 medicamentos estavam zerados. A UBS do bairro Maria do Carmo, na zona norte, também apresenta situação parecida. O sistema registrava a falta de 141 medicamentos, ou 51% do total. Na UBS do Ulisses Guimarães, os dados eram próximos. Havia a falta de 139 medicamentos, ou 50,5,% do estoque zerado. Veja a situação do estoque nas 10 UBSs mais críticas: Aparecidinha: 139 (50,5%); Lopes de Oliveira: faltavam 138 (50% do total); Vila Angélica: 135 (49%); Jardim Rodrigo: 131 (47%) e Vila Barcelona: 127 (46%). Faltam mais de 50 medicamentos O levantamento aponta ainda que 51 medicamentos não apareciam na lista e, portanto, não estavam disponíveis em nenhuma UBS da cidade. A lista conta, por exemplo, com a fluticasona, que é um corticosteroide com ação anti-inflamatória, utilizada em crises asmáticas. Outros itens em falta eram cloridrato de oxibuprocaína, um anestésico local que serve para problemas oftalmológicos, omeprazol e insulina (veja lista abaixo). De acordo com o levantamento, são 275 tipos de medicamentos distribuídos na rede pública, sendo que 230 deles estavam em falta em alguma unidade de saúde, o que equivale a 85% do total. Imagens mostram falta de vários medicamentos em UBS de Sorocaba (SP) Reprodução O que diz a Prefeitura de Sorocaba Questionada sobre os dados, que levam em consideração números oficiais divulgados pelo município, a Prefeitura de Sorocaba disse na quarta-feira (15) e reiterou nesta quinta-feira (16), que "os números divulgados não condizem com a realidade". O g1, então, solicitou os números e questionou se os dados divulgados no portal estão corretos, mas não obteve resposta ou recebeu outro levantamento. Em nota, a prefeitura reforçou que "O Poder Público salienta que continua realizando reposições constantes nos estoques das unidades, conforme a disponibilidade dos fornecedores e o cronograma de entregas, garantindo o abastecimento regular da rede municipal de saúde. Ressaltou ainda que, somente em 2025, "já foram investidos e pagos mais de R$ 12 milhões em compras de medicamentos, a partir de contratos já vigentes". "Além disso, parte dos medicamentos é de responsabilidade do Governo do Estado, que realiza o fornecimento diretamente aos municípios." Cenário alarmante e problema generalizado Rosana Maria Paiva dos Anjos, infectologista e especialista em saúde pública e professora da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde PUCSP, avaliou o cenário como alarmante. O problema da falta de medicamentos na rede pública é crônico e complexo. E a informação de que dos 275 tipos de medicamentos distribuídos na rede pública, estão em falta 234 deles em alguma unidade de saúde do município de Sorocaba, número que corresponde a 85% do total dos produtos relacionados é um dado alarmante que reflete a crise crônica do desabastecimento no Sistema Único de Saúde (SUS). A médica lembra ainda que a lista de medicamentos em falta na rede pública inclui “uma ampla gama de itens essenciais, afetando diversas áreas terapêuticas, mostrando que o problema é sistêmico e generalizado”. “Que não se trata de situação isolada de um ou outro medicamento, mas de uma falha estrutural que atinge a maior parte dos itens da lista de medicamentos essenciais. Esse cenário indica a falência da cadeia de logística e distribuição e a ineficácia dos mecanismos de planejamento e gestão, com sérias consequências para a saúde da população.” Ela diz ainda que a “ausência desses medicamentos pode comprometer gravemente o tratamento de doenças crônicas, agudas e de alta complexidade, interrompendo tratamentos, gerando substituições não adequadas, podendo levar a complicações de quadros clínicos, aumentando as internações, impactando diretamente a qualidade de vida e a saúde da população”. Metodologia Para realizar o levantamento, o g1 usou o Python, uma linguagem de programação, para automatizar as consultas e coletar todos os dados disponibilizados no portal da prefeitura. A coleta foi realizada na quarta-feira, entre 15h e 17h, e na quinta, entre 10h e 11h. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2025/10/16/mapa-uma-em-cada-duas-farmacias-municipais-de-sorocaba-esta-com-quase-metade-do-estoque-de-medicamentos-zerado.ghtml


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