'Apaixonada pelo que faço': diretora atua há mais de 30 anos na mesma escola no interior de SP
01/05/2025
(Foto: Reprodução) Beti Grajcar, de 59 anos, atua na área da educação há quase 40 anos, sendo que três décadas e meia foram vividas como diretora da mesma escola municipal, em Itapetininga (SP). Beti Grajcar tem 59 anos e há 35 anos é diretora de escola municipal de Itapetininga (SP)
Beti Grajcar/Arquivo pessoal
No Dia do Trabalho, celebrado nesta quinta-feira (1º), a história de uma diretora de escola municipal de Itapetininga (SP) chama atenção pela dedicação à educação: há mais de 30 anos na mesma unidade, ela afirma ter orgulho da profissão e do impacto que causa nas vidas dos alunos.
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"Ser professor, para mim, é um orgulho, uma profissão que envolve dedicação, paixão e responsabilidade em participar ativamente na vida e na construção da história", destaca Beti Grajcar.
Aos 59 anos, Beti acumula quase quatro décadas dedicadas à educação infantil. Há 35 anos, ela está à frente da mesma unidade: a Emei "Angelina Turelli Vieira", que, em Itapetininga, é carinhosamente chamada de "escola da Beti".
"Não me vejo fora da escola. Minha mãe diz que eu 'respiro a escola'. Tenho que me preparar para a aposentadoria, mas, enquanto eu estiver produzindo, dando conta, prefiro não falar em aposentadoria", afirma.
A escolha da profissão foi feita por Beti quando ela tinha 18 anos e decidiu fazer magistério, como oportunidade de ter um curso profissionalizante e poder já trabalhar na área. "Como qualquer outra criança, sempre gostei de brincar de 'escolinha' e ser a professora", relembra.
Escolha de seguir carreira na educação infantil foi feita por Beti quando ela tinha 18 anos
Beti Grajcar/Arquivo pessoal
"Hoje tenho a maior certeza de que foi a melhor escolha, pois não me vejo feliz realizando outras atividades que não seja estar com essas crianças. A educação infantil despertou em mim o lado prazeroso e significativo do trabalho, o qual me alimenta até hoje, e me motiva para seguir."
Beti relembra que estava na profissão havia cerca de cinco anos quando foi aprovada no concurso para direção de escola.
"Uma fase maravilhosa, cheia de encantamentos. Havia uma troca de carinho, o que fazia fluir a aprendizagem de forma prazerosa. Porém, logo que assumi a direção, caiu a ficha de que não mais estaria próxima dos alunos, momento em que quis desistir para voltar para a sala de aula", relata.
A diretora conta que não conseguia se ver fora da sala de aula e contou com apoio crucial de algumas pessoas para não desistir de assumir a direção.
"Minha família, meu esposo, a Secretaria de Educação, na figura da saudosa Lydia Moreira Messias, a qual me passou muita experiência de vida na carreira do magistério e que até hoje a tenho guardada no meu coração com muito respeito e carinho, além de outros diretores que já estavam atuando na direção", continua.
"Eu acredito na educação infantil. Sou apaixonada pelo que faço."
Já na direção da escola municipal em Itapetininga, Beti conta que percebeu que poderia realizar um trabalho de fazer a diferença nas vidas dos alunos.
"Sempre acreditei e pautei minha vida na certeza de que tudo que temos que fazer que seja bem feito, com carinho e comprometimento. Dessa forma, conseguia estar em constante contato com os alunos, interagindo, enfim, participando ativamente de suas atividades escolares."
De "tia Beti" a diretora passou a ser chamada de "vó Beti", após a neta Maria Laura, de dois anos, começar a frequentar o berçário da unidade. "Acho isso fantástico, mas, quando começarem a me chamar de bisa, aí começarei a me preocupar", brinca.
De 'tia Beti', a diretora passou a ser chamada de 'vó Beti', após a neta Maria Laura, de dois anos, começar a frequentar o berçário
Beti Grajcar/Arquivo pessoal
Inspiração
Dentre as centenas de crianças que já passaram pela escola, uma delas tinha o sonho de ser professora por influência da época em que frequentou o jardim de infância na Emei "Angelina Turelli Vieira", onde Beti é diretora.
"Naquela época, só tinham direito à creche as crianças cujas mães trabalhavam. Minha mãe conta que, a cada três meses ou mensalmente, não me recordo, a diretora Beti ligava no trabalho dela para confirmar se ela realmente estava trabalhando", relembra Cristiane Nascimento, de 33 anos, aluna da escola entre 1997 e 1998.
"Me lembro dela desse mesmo jeito, na sala dela. Sempre alegre, interagindo com as crianças", continua.
Anos mais tarde, Cristiane voltou à Emei "Angelina Turelli Vieira" como agente de desenvolvimento escolar, onde atuou por seis anos.
"A psicologia me encontrou, apesar de eu sempre me questionar a respeito do comportamento das pessoas. Mas me lembro que, quando era criança, eu queria ser professora", completa.
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